Não haveria como não falar nesta semana da barbaridade do estupro coletivo no Rio de Janeiro, e também os absurdos que ouvimos e lemos especialmente nas redes sociais nos comentários sobre os assuntos.

Questionamentos sobre o que a garota fazia na companhia de rapazes, sobre a vida pregressa dela, das condições da família, na tentativa de justificar de alguma forma o que ocorreu, e até mesmo de culpar a menina, só mostram como os valores da nossa sociedade, muitas vezes, estão distorcidos.

É possível que as pessoas não tenham se colocado no lugar dela, uma garota de apenas 16 anos, e imaginado o terror pelo qual ela passou?

O Brasil precisa dar uma resposta a isso. Punindo exemplarmente os responsáveis e também aqueles que, além de não se contentaram com a barbárie, ainda divulgaram o vídeo.

Mas o Brasil também precisa avançar na discussão sobre a educação dos nossos jovens sob a ótica dos gêneros. Nossa sociedade ainda, no século XXI, é altamente machista e a visão de que o homem tem direitos sobre a mulher ainda prevalece muitas vezes.

As afirmações de que a mulher, caso esteja usando determinada roupa ou adotando certo comportamento, está provocando ou pedindo por um estupro são absolutamente absurdas.

A mulher é dona do corpo dela, tem direito de fazer o que quiser com ele, se relacionar com quem quiser, desde que ela queira.

A nós, parlamentares, cabe acompanhar o caso e estudarmos para observar se é necessária alguma mudança na lei. Até porque neste caso, além do estupro em si, há ainda o crime cibernético, já que o vídeo foi postado nas redes sociais.

Não podemos nos calar quando sabemos que essa é a realidade de muitas mulheres que, muitas vezes, nem sequer têm coragem de denunciar.

Vamos nos unir e trabalhar para mudar essa triste realidade.