RADARES: FÁBRICA DE DINHEIRO OU MENOS MORTES NAS ESTRADAS?
Na última semana, estive ao lado dos meus colegas da bancada de Minas, com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para tratarmos dos investimentos nas ferrovias e rodovias de Minas.
Todos sabemos das péssimas condições das nossas estradas e da necessidade de obras urgentes e foi essa a discussão que tivemos.
Apesar disso, o levantamento da Polícia Federal de acidentes e mortes registrados no ano passado indica uma queda significativa nos óbitos nas estradas: em Minas Gerais foram 20% a menos com relação a 2017.
Os especialistas apontam que o uso obrigatório de faróis durante o dia e os radares de controle de velocidade foram importantes para a mudança de comportamento dos motoristas.
Um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo também indica que a queda foi maior nas estradas com radares, com uma redução de 15% nos acidentes e 21% nas mortes.
Somos um dos países com maior número de vítimas nas estradas, uma média de 37 mil mortes por ano e a redução de acidentes deve ser uma prioridade de todos.
Por isso, faço um apelo aqui ao governo federal que avalie, com cuidado, a questão dos radares.
O presidente da República anunciou que não serão mais instalados os 8 mil aparelhos em rodovias federais, conforme previsto na segunda fase do Programa Nacional de Controle de Velocidade, que deveria ter início agora em 2019.
É claro que o excesso de velocidade não é a única razão dos acidentes, e por isso, o mais prudente é que seja uma avaliação cautelosa e técnica dos locais onde está prevista a instalação de radares. Pode ser que em alguns locais, não haja realmente essa necessidade, mas tenho certeza de que em alguns é fundamental.
Nossas estradas ainda são muito perigosas e todas as precauções são importantes. Em Minas Gerais, por exemplo, a BR-381, campeã em mortes, fez 171 vítimas fatais no ano passado e a BR-040, outras 127. Os números ainda são altos, apesar da redução.
Nossas estradas não podem continuar sendo como uma sentença de morte para os que precisam viajar. Todo esforço deve ser para garantir segurança e qualidade.
Fica, portanto, o meu apelo para que o assunto seja tratado com a seriedade que exige.