Brasil não consegue melhorar a qualidade de ensino oferecida aos jovens
Uma pesquisa divulgada nos últimos dias pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) trouxe um dado muito preocupante para a educação brasileira. Nossos estudantes apresentam um péssimo desempenho em matemática, ciências e leitura. Esse dado nos convida à reflexão sobre a qualidade do ensino que temos oferecido aos nossos jovens.
De acordo com a pesquisa, os estudantes brasileiros têm a segunda pior performance em uma lista de alunos de 64 países de todo o mundo. Eles não têm capacidade elementar para compreender o que leem, nem conhecimentos essenciais de matemática e ciências.
O relatório, intitulado “Alunos de baixo desempenho: por que ficam para trás e como ajudá-los?”, baseia-se em dados de 2012 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da própria organização.
Dos 64 países analisados, o Brasil ficou na frente apenas da Indonésia. Em termos percentuais, o País é o décimo pior avaliado, atrás de Catar, Peru, Albânia, Argentina, Jordânia, Indonésia, Colômbia, Uruguai e Tunísia.
Outra constatação do estudo é de que o Brasil está entre os mais desiguais do mundo no que diz respeito à diferença de desempenho entre estudantes de classes sociais altas e baixas.
Entre os motivos apontados pela Organização para o mal desempenho do Brasil está a inclusão de muitos estudantes no sistema educacional do Brasil nos últimos 15 anos.
Mas é exatamente neste ponto que faço minha reflexão: estamos levando nossas crianças para a escola, quase todas têm vagas garantidas, mas elas realmente estão aprendendo alguma coisa?
Garantir um bom desempenho, uma boa base e uma escola atrativa para as crianças menores é fundamental para que elas tenham interesse e se sintam motivadas a continuar a estudar. Levar os jovens ao ensino médio ainda é um grande desafio do Brasil.
Apesar da péssima colocação do Brasil, o país tem registrado avanços. Por exemplo, houve uma melhora de 18% no nível de matemática dos nossos alunos. Vale lembrar que esses avanços vêm sendo registrado há muitos anos, desde o governo do presidente Fernando Henrique.
O problema é que, nos últimos anos, temos avançado a passos muito curtos. Temos ainda um grande déficit com relação ao restante do mundo.
Nossos governantes deveriam observar com atenção os dados da pesquisa e definir a educação como uma prioridade absoluta. Isso só tem acontecido nos discursos e na propaganda oficial do PT.
A OCDE recomenda que os governos nacionais identifiquem os estudantes com baixa performance e que tenham uma estratégia especial para eles. Além disso, são necessárias outras ações como o estímulo ao ingresso escolar cada vez mais cedo e o envolvimento das famílias nas ações escolares.
As iniciativas do Brasil neste sentido são muito tímidas. Mas é urgente que mudemos isso. Nossos jovens precisam e devem acompanhar o ritmo do restante do mundo.