O dia 3 de dezembro foi instituído pela Organização das Nações Unidas, desde 1998, como o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Uma data para se comemorar, devido aos inúmeros avanços de inclusão que temos visto nos últimos anos, mas também uma data para reflexão já que o preconceito e as dificuldades ainda são grandes.

O objetivo da ONU, ao criar essa data, foi exatamente estimular a discussão sobre a situação das pessoas com deficiência, seus direitos e necessidades. A estimativa é que 10% da população mundial têm algum tipo de deficiência física ou mental. No Brasil, esse percentual é bem maior – 23,9% da nossa população, o que representa 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, um número expressivo.

A Legislação brasileira foi aprimorada nas últimas décadas, trazendo avanços, garantias e direitos a essas pessoas, inclusive com a criação de cotas de emprego para pessoa com deficiência tanto no setor privado quanto nos concursos públicos. Conferências nacionais sobre o tema têm sido organizadas frequentemente e políticas públicas passaram a ser formuladas levando em conta as necessidades desses cidadãos.

Apesar do amadurecimento da nossa sociedade com relação a esse tema, ainda vemos um número pequeno de pessoas com deficiência ocupando um lugar no mercado de trabalho, nas salas de aula e até mesmo nas ruas. O preconceito, as dificuldades de locomoção e de comunicação ainda são muito grandes. Sem falar na violência e nos abusos, já que essas pessoas são mais vulneráveis a isso.

As dificuldades para os portadores de deficiência já surgem na infância. A educação inclusiva ainda gera debates e restrições por parte das escolas e dos demais pais e alunos. Há pouco acesso ao ensino universitário ou profissionalizante para essas pessoas, o que faz com que a mão de obra não seja qualificada, dificultando a entrada no mercado de trabalho e o acesso a bons salários.

Diante desse quadro, a data de hoje ainda tem enorme importância por nos convidar para uma reflexão sobre as dificuldades que as pessoas com deficiência ainda enfrentam. O Brasil, assim como o restante do mundo, tem um longo caminho pela frente até que se tenha uma inclusão em todos os aspectos.