Diagnóstico e tratamento de câncer no SUS ainda são muito demorados
Nosso Sistema Único de Saúde tem deixado uma grande dívida com seus usuários: a demora no diagnóstico do câncer é muito grande e traz prejuízos irrecuperáveis para o tratamento. E, nós sabemos, que neste caso o tempo é fundamental.
O tempo de espera entre a suspeita e a confirmação da doença, nos tratamentos do SUS, é inaceitável. As pessoas chegam a esperar por mais de um ano, o que causa um agravamento do quadro.
O tratamento do câncer em seu estágio inicial tem grandes chances de cura, mas o tempo é um grande inimigo se as medidas necessárias não forem adotadas a tempo.
Desde 2014, está em vigor uma lei que determina que todos os pacientes com câncer devem ser tratados na rede pública até dois meses após o diagnóstico. No entanto, levantamento do próprio Ministério da Saúde indica que quatro pacientes, em cada dez, não são atendidos no prazo.
O diagnóstico tardio tem feito com que mais da metade dos casos sejam descobertos já nos estágios mais avançados da doença. Além da perda da qualidade de vida e do maior risco de morte para os pacientes, o prejuízo para os governos também é maior, já que a doença, em fase mais avançada, demanda tratamentos mais caros e complexos.
O tratamento de um câncer de intestino no SUS, em seu estágio inicial, custa cerca de R$ 4 mil. Nas fases críticas, o valor chega a R$ 76 mil.
Em meu estado, Minas Gerais, já existe uma lei que determina um prazo máximo de 30 dias para a realização de exames e consultas no caso de suspeita de câncer. A legislação deve ser regulamentada em breve.
Temos, em tramitação, aqui nesta casa, propostas de lei que estabelecem prazos mais curtos para a realização de exames e consultas em casos suspeitos. Devemos nos aprofundar nesse debate.
É desumano deixar alguém com um diagnóstico de uma doença grave sem saber quando será o próximo passo de seu tratamento.
Precisamos acabar com essa verdadeira tortura.