É hora de discutirmos a flexibilização das leis trabalhistas
Em tempos de desemprego próximo à casa dos 10%, é hora de voltarmos a discutir a flexibilização das leis trabalhistas.
Acredito que seja consenso entre todos nós que devemos nos esforçar, ao máximo, para salvar o maior número de empregos possíveis. E, neste contexto, discutir a flexibilização das leis é um caminho importante.
Até mesmo no Tribunal Superior do Trabalho, essa discussão vem ganhando corpo recentemente. É preciso avaliar o tema com seriedade, mas sem nos esquecermos que muitos brasileiros têm perdido seus empregos. Além disso, pouquíssimas categorias conseguirão fechar acordos de correção salarial para, ao menos, repor as perdas com a inflação.
Não resta dúvida de que uma legislação mais flexível é um incentivo para novas contratações e até mesmo para que novas demissões não ocorram.
É papel desta Casa desempenhar um papel relevante neste debate, numa busca por manter direitos dos trabalhadores de um lado, e de incentivo a novos empregos por outro lado. É preciso chegar a soluções de bom senso.
No caso, por exemplo, de reajuste abaixo da inflação, a empresa pode oferecer outro tipo de compensação.
Acredito sim que negociações como essa valem a pena se, no final, isso representar a manutenção de empregos, que poderiam ser cortados.
Mudanças nas regras trabalhistas podem representar uma maneira de ajudar o Brasil a sair da crise.
Os números não deixam dúvida: na média, em 2015, o Brasil teve uma taxa de desemprego de 8,5%. Em 2014, esse percentual foi de 6,8%.
Em janeiro deste ano, nas seis maiores capitais do Brasil, a taxa de desemprego foi de 7,6%, maior taxa desde 2009. Em todo país, o desemprego já atinge 9 milhões de trabalhadores.
E essa não é a única notícia ruim. Em janeiro, a renda média do brasileiro ficou 7,4% mais baixa na comparação com janeiro de 2014.
E a perspectiva é que, até o final de 2016, estejamos próximos dos 13% na taxa de desemprego.
Diante disso, me pergunto se temos ou não obrigação de agir. Se fizermos o que está ao nosso alcance, podemos mudar, ao menos em parte, essa triste realidade e garantir um futuro melhor para as famílias brasileira.