Os problemas relacionados com o meio ambiente são cada vez mais perceptíveis e, cada vez, mais próximos de nós. São as enchentes que se tornaram o quadro comum na temporada das chuvas; os ciclones – antes nunca vistos no país, agora comuns na região sul; a elevação da temperatura – nossos verões são cada vez mais quentes, atingindo mais de quarenta graus em determinadas localidades; e a própria descaracterização das estações, surpreendendo aqueles que lidam na agricultura.

E por que estamos vivenciando essas terríveis catástrofes? É muito comum dizer-se ou ouvir-se que o homem está destruindo o planeta. Mas será que o problema é o homem ou tal afirmação esconde a maneira equivocada como a humanidade – e aí se entendam os governantes – vem tratando a questão?

A preservação do meio ambiente tem que ser pensada globalmente e praticada localmente. Se não houver políticas públicas que norteiem as ações setoriais, a atividade do homem não passará de atitudes isoladas, indispensáveis, mas desintegradas e desvinculadas de objetivos e metas racionais, podendo até ser eficazes, mas dificilmente efetivas.

Se, diferentemente, as ações do homem forem conjugadas a partir de um foco, de uma ideia ou de um desejo ou necessidade coletiva, chegar-se-á a soluções mais rápidas e mais definitivas e à construção de uma nova mentalidade e de uma nova cultura. A proteção do meio ambiente precisa dessa revolução que não acontecerá se não for pensada globalmente pelos nossos governantes.

Deixando de lado exemplos universais, gostaria de ilustrar essa tese fazendo uma referência ao programa “Peixe Vivo”, mantido pela CEMIG em convênio com a EPAMIG, para o repovoamento das bacias do Rio Paraibuna e do Rio Paraíba do Sul, que banham parte dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. No território de Minas, a CEMIG possui unidades geradoras de energia elétrica. Consciente de que a obstrução dos rios pode colocar em risco algumas espécies de peixe, aquela empresa mantém estações de piscicultura em Volta Grande, Itutinga e Machado Mineiro que já produzem anualmente 800 mil alevinos; e também celebrou convênio com a CODEVASP para adquirir mais 400mil alevinos das estações de Três Marias e Gorutuba. Somente a Zona da Mata Mineira contará, este ano, com 50 mil alevinos, fruto daquela parceria.

Trata-se de uma ação pensada de forma sistêmica. Para produzir energia, a CEMIG produz também peixe. Não pode matar aquele seu consumidor que vive da pesca ou dela se alimenta. E mais: não pode gerar danos ambientais sob o pretexto de gerar energia.  Parabéns à CEMIG e à EPAMIG.


Rodrigo de Castro