Saída dos EUA do Acordo de Paris trará retrocesso ambiental para todos
Nesta semana, em que celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente não podemos deixar de lamentar a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, como foi anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Não podemos dizer que foi uma surpresa, já que essa era uma promessa de campanha dele, mas é um retrocesso para todos nós.
O acordo foi assinado há um ano e meio na Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas e tem como objetivo controlar o aquecimento global.
Caso contrário, teremos que conviver com graves efeitos como elevação do nível do mar, secas, tempestades, enchentes e, consequentemente, falta de água e alimentos.
A assinatura do acordo, em 2015, foi histórica porque uniu, pela primeira vez, quase todos os países do mundo em um pacto voltado às mudanças climáticas.
A saída de um país como os Estados Unidos, sem dúvidas, dificulta o cumprimento das metas estabelecidas. No ano passado, foi registrado um recorde nas emissões de dióxido de carbono, o que tem efeito direto no aumento das temperaturas do planeta. Os EUA contribuem com cerca de 15% das emissões globais de carbono.
Mas, por outro lado, o país é uma importante fonte de financiamento e tecnologia para países em desenvolvimento que se esforçam para combater o aquecimento global.
Com a decisão de agora, esse quadro deve mudar.
Donald Trump alegou que o Acordo de Paris traz prejuízos aos Estados Unidos, inclusive com a possibilidade de causar milhares de desempregos.
Sua fala está relacionada à produção de carvão. A expectativa, no entanto, é que a geração de energia por meio do carvão não volte a ganhar força, já que no próprio Estados Unidos o setor de geração de energia solar já é um grande empregador e essa é uma tendência mundial.
O custo da geração de energia renovável sofreu uma queda significativa e por serem muito menos poluentes do que o carvão são um caminho irreversível.
Essa consciência que o mundo tem hoje nos traz esperança de que a decisão de Donald Trump pode até atrasar as metas firmadas no Acordo de Paris, mas não irá nos impedir de alcançá-las.