A produção industrial brasileira recuou ao mesmo patamar de uma década atrás e as perspectivas não são boas. Mas a criatividade e a inovação podem ser as chaves para uma verdadeira refundação do nosso parque industrial. E pode estar aí uma saída para a profunda crise econômica que nos encontramos.

O novo caminho da indústria brasileira, no entanto, precisa ser traçado em conjunto com as cadeias internacionais de produção. Não podemos focar apenas na política de substituição de importações, como alguns defendem. Esse modelo não sobrevive mais. Precisamos fazer parte das cadeias produtivas mundiais.

Seria muito importante que o governo brasileiro assumisse as rédeas da situação e liderasse um movimento de reconstrução da indústria nacional, de incentivo à pesquisa e à inovação. Mas não acredito que haja capital político para isso.

De qualquer forma, acho que a cadeia produtiva brasileira pode se organizar para, ela mesma, liderar esse processo. Até mesmo para as reformas constitucionais tão importantes para a retomada da nossa competitividade, como a tributária, é possível um movimento da sociedade em parceria com o Congresso Nacional. Se o governo não faz o que precisa fazer, outras forças podem ocupar esse espaço.

Simultaneamente ao trabalho de uma pauta nacional, as indústrias brasileiras devem apostar em diferenciais para ganhar mercado. Rever processos para garantir mais eficiência é um dos primeiros passos. Demitir funcionários deve ser a última medida a ser adotada.

O certo é que não podemos assistir a indústria brasileira definhar como temos visto. É preciso uma mobilização geral para garantirmos os empregos, o desenvolvimento do país e a nossa inserção nas cadeias produtivas mundiais, que são um caminho sem volta.