A derrota dos governos ditos de esquerda na América do Sul, em especial no Brasil e na Argentina, abre novos tempos para o Mercosul.

No modelo estabelecido, o bloco comercial mais atrapalha do que ajuda nas negociações com o restante do mundo.
Vemos agora uma sinalização, tanto por parte do Brasil quanto da Argentina, de que poderá se implantar um modelo em que não haja mecanismos que impeçam os países do bloco a negociarem sem o aval dos demais membros.

O nosso ministro das Relações Exteriores, senador José Serra, defende essa mudança e, mais importante, sabe que o Brasil precisa ter abertura comercial com novos mercados.

A forma como os últimos governos agiram com relação ao Mercosul o transformaram num mero espaço protecionista.
Quando foi fundado, o objetivo do bloco era criar uma zona de livre circulação de mercadorias, com ampla integração regional, garantindo assim competitividade. Nada disso aconteceu.

E, pior, o bloco não conseguiu impor seu peso nas negociações com o restante do mundo.

O Mercosul, da forma como foi conduzido nos últimos anos, serviu muito mais como um criador de impasse entre os países do bloco do que como um incentivador de negócios.

É urgente que o acordo comercial entre os países da América do Sul permita o livre comércio entre eles sem, no entanto, interferir nas negociações com outros mercados.

Tal formato precisa ser repensado. O Mercosul funcionaria melhor como zona de livre-comércio, uma área com fluxo aberto de mercadorias entre os membros, mas sem a fixação de política comercial e tarifas comuns para terceiros.
É claro que o Mercosul tem importância para o Brasil, especialmente para alguns setores da indústria nacional. Não podemos abrir mão dele, mas precisamos pensar num modelo que insira o Brasil e os nossos vizinhos nas cadeias produtivas internacionais.

Só assim garantiremos um desenvolvimento importante para nossa indústria, com forte impacto na geração de emprego, na modernização do nosso parque industrial, além de desempenharmos um papel de relevância para o mundo.
Acredito que estamos perto de encontrar o caminho certo para nosso futuro.